terça-feira, 4 de setembro de 2012

CORAGEM!


“Quero melhor não só pra mim, mas pra todos”. É assim que Isadora Faber, de 13 anos, anuncia sua página no Facebook dedicada a mostrar os problemas enfrentados pela escola pública em que estuda.  A aluna Isadora estuda na Escola Maria Tomázia Coelho, no Santinho, em Florianópolis e resolveu criar a página no Facebook intitulada como “Diário de Classe”, mas não imaginava a imensa repercussão que ela teria.
“Na tarde de segunda-feira (27), quando o G1 publicou a primeira reportagem sobre o caso, o Diário de Classe tinha 2.388 seguidores. Até às 17h de quarta-feira (29), a página no Facebook já tinha 161.077 curtidas”. (Fonte) E o número não pára de subir, como vemos na imagem.
Isadora se inspirou na escocesa Martha Payne, de apenas 9 anos. Martha criou o blog NeverSeconds (“nunca repetir”) , um registro dos almoços que sua escola oferece. Os alunos fotografam os pratos todos os dias e avaliam desde o sabor até o quanto saudáveis os pratos são. Leia mais, aqui. A história rendeu o que falar e as autoridades locais tentaram impedir o projeto, mas isso não aconteceu. O projeto foi ampliado e hoje Martha interage com crianças de todo o mundo e ajuda a arrecadar dinheiro para o combate à fome.
O ato de Isadora gerou diversas opiniões, a iniciativa foi duramente criticada pela escola onde ela estuda e por amigos. Mas muitos foram e são aqueles que apoiam, prova disso são os inúmeros comentários, “curtidas”, compartilhamentos, mensagens e iniciativas parecidas que têm surgido e contado com o incentivo da estudante. Com o apoio de sua Mãe, Mel Faber, Isadora agora têm publicado as mudanças que já estão acontecendo por conta das denúncias, melhorias e soluções estão aparecendo.
“Muito pouco do que se passa na nossa escola é verdadeiramente importante. Ensinam-nos a estar longe uns dos outros e a competir. Pais e professores não nos escutam. Por tudo isso, dizemos: basta! A educação está proibida”. É esse o texto que alguns alunos elaboraram para ler em um dos eventos comemorativos de uma escola, no entanto a diretora não aprova dizendo que esse texto contém palavras agressivas e que se trata de profunda falta de respeito com a escola e pede para que modifiquem e suavizem as palavras escolhidas. Um dos alunos diz: “E desde quando dizer o que se pensa é falta de respeito?”. (Leia mais)
Nesse longo processo de reprodução simbólica que se tornou a educação brasileira, tanto alunos quanto professores, estão cansados e desmotivados, distantes e em eterno conflito. Somado a isso está o descaso das políticas públicas que deixam faltar até mesmo o básico como saneamento, material, estrutura, alimentação adequada e tantas outras coisas que se alternam em rodízios há décadas.
Isadora teve uma atitude corajosa, motivada pelo cansaço da inação. E encontrou na Web um cenário propício para o compartilhamento de suas ideias e desabafos, e um imenso público que também quer falar, contar suas experiências e que busca uma transformação.  A cooperação é superior à competição e as tecnologias permitem cooperar em larga escala. (Manuel Castells). Essa experiência nos prova o quanto a cooperação na web dá resultados, e como as pessoas podem se unir para aprenderem juntas, compartilharem e trabalharem por soluções.
Agora o professor, o pedagogo, os diretores de escola, os governantes foram colocados em cheque.
O novo professor acabou descobrindo-se mais autônomo e ele tem entendido que os alunos também devem ser assim, refletindo mais do que memorizando. Aí então ele percebeu que quem estava ensinando ele a ser assim e inovar eram os próprios alunos, que além de autônomos, são colaboradores por natureza. “O professor crítico-reflexivo de sua prática trabalha em parceria com os alunos, numa construção cooperativa do conhecimento. Os novos ambientes de aprendizagem informatizados ao utilizarem o enfoque reflexivo em sua prática pedagógica colaboram para o desenvolvimento de pensadores autônomos, mas que, ao mesmo tempo, valorizam a cooperação, a parceria, o compartilhamento entre os diferentes aprendizes, as interações individuais e coletivas mediante o desenvolvimento de operações de reciprocidade e complementaridade”. Dewey, J., no livro Vida e Educação.
Aqueles que gostam de cultivar o hábito confortável de apenas reclamar e nada fazer, o cerco está fechando. Pois a hora da vez é para quem quer realmente mudar, pra quem quer realmente fazer!
Para discutir o filme e experiências como as de Isadora, o InovarEduca propõe um debate sobre o filme, no dia 15 de setembro de 2012, às 10h, em nossa comunidade virtual “Vozes da Inovação”. Você é nosso convidado!
Entre e cadastre-se para poder participar! :) Divulgue, compartilhe e traga seus amigos! Participação gratuita! Dúvidas? Escreva para nós: inovareduca@gmail.com

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