quinta-feira, 4 de outubro de 2012

18º Congresso Internacional de Educação a Distância (ABED)

                                        


Entre 23 e 26 de setembro, aconteceu o 18º Congresso Internacional de Educação a Distância (ABED), na cidade de São Luis, no Maranhão. A Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED é uma sociedade científica, sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento da educação aberta, flexível e a distância, criada em 21 de junho de 1995 por um grupo de educadores interessados em educação a distância e em novas tecnologias de aprendizagem. A equipe InovarEduca esteve presente para conferir os assuntos tratados nesta edição e agora você poderá conhecer um pouco do que foi falado.
O Prof. Dr. Fredric Michael Litto, Presidente da ABED, iniciou a apresentação do Programa do Congresso refletindo sobre as constantes análises e avaliações realizadas sobre a educação que geram números para que se compreenda o cenário educacional de um país. E complementa nos alertando sobre “até que ponto, no Brasil, decisões sobre essas questões são tomadas não na base de dados numéricos analisados em profundidade, mas, sim, em bases apenas intuitivas, impressionistas ou condicionadas por critérios de tradição institucional, de imposição governamental ou capricho do indivíduo no comando da entidade? Obter e estudar dados estatísticos sobre a EAD, especialmente se acumulados através de longos períodos de tempo, garantem que decisões sejam baseadas em evidência e não em improvisação”.
Presidente da ABED Prof. Dr. Fredric Michael Litto
Presidente da ABED Prof. Dr. Fredric Michael Litto

Vivemos hoje uma era de popularização das tecnologias e de abertura de códigos, sistemas, radiodifusão, e isso tem permitido uma maior participação e colaboração em projetos coletivos que tiram uma sociedade da escassez e a levam para uma era de fartura de informações, possibilidades e autonomia.
“Esses Recursos Educacionais Abertos (REAs) representam um dos mais importantes marcos de democratização do conhecimento; é o ingrediente para assegurar revitalização e expansão à EAD, que agora pode enriquecer a aprendizagem dos alunos com a contribuição de conteúdo provindo de múltiplas fontes”.
A sociedade agora foi estimulada a prosseguir com seus estudos, a tomar iniciativas para facilitar seu trabalho, sua vida, e não depende mais somente da certificação acadêmica. O processo tornou-se mais importante que o fim. Não somos números nem diplomas, mas sim somos o que podemos fazer. Somos tudo o que pudermos aprender.
Mas será o nosso país está acompanhando os demais países nessas mudanças promissoras? Quem são aqueles que não estão se beneficiando com elas? Qual é o papel da EAD com relação aos REAs? Quem são os principais contribuidores de REA no país? Como estimular uma participação maior de governos, instituições de ensino, centros de pesquisa, editoras de livros e revistas, além de outros setores da sociedade em geral?
Esses foram os temas do 18º Congresso Internacional da ABED em 2012.

O caso de Isadora Faber, a garota de 13 anos que criou uma página no Facebook intitulada Diário de Classe com o objetivo de divulgar os problemas de sua escola, também foi discutida. O caso da página foi usada indevidamente em uma campanha eleitoral, sem a autorização de Isadora nem de seus pais. Reprimida por muitos colegas e professores, Isadora contou com o apoio dos pais e com mais de 300 mil apoiadores em sua página.
O caso Isadora colocou em cheque a postura de alunos e professores diante de suas identidades. O que estão fazendo na escola? O que realmente querem e precisam? Porque nos desacostumamos a falar sobre os problemas e a trabalhar pela mudança? “Quero melhor não só pra mim, mas pra todos”. Uma garotinha precisou nos relembrar de que não precisamos pedir licença para falar, para agir.
Outro assunto abordado foi a formação continuada de professores e os desafios e entraves estruturais do sistema educacional. Mais de 350 mil professores da educação básica estão cursando ensino superior. Para que a educação continuada se fortaleça é preciso que a interação com as universidades públicas seja aumentada para estimular a formação dos professores da educação básicas em Ciências Básicas, Cursos nas áreas de TICs, Licenciaturas e outros. A Lei do Piso prevê que 1/3 do tempo dos professores precisa estar dedicada aos estudos de formação continuada.
César Callegari
César Callegari

A solução para que as pessoas possam aprender em coletivo, entendendo que todos sabem alguma coisa e podem ensinar, todos aprendem com todos em qualquer lugar. Esse é o conceito de CrowdlearningCrowd é multidão. Learning é aprendizagem. E crowdlearning é um modelo em que pessoas apaixonadas pelos mesmos assuntos aprendem e ensinam lado a lado. O termo veio de outro, “crowdsourcing”, que é um modelo de produção de baixo custo que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias. “É uma nova e crescente ferramenta para a inovação. Utilizado adequadamente, pode gerar ideias novas, reduzir o tempo de investigação e de desenvolvimento dos projetos, diminuir os custos, além de criar uma relação direta e até uma ligação sentimental com os clientes. Dois bons exemplos de produtos obtidos através do sistema são o sistema operacional Linux e o navegador Firefox, que foram criados por um exército de voluntários ao redor do mundo”. (Wikipedia).
Crowdsourcing acontece quando pessoas se unem para resolver problemas em conjunto, criar novos produtos, testarem sites, criarem conteúdo, encontrarem soluções e muito mais. E é uma tarefa feita por nós há muito tempo, não é uma novidade da internet, as cooperativas são exemplos de crowdsourcing, e alguns determinados movimentos também. (Ceschini - consultoria em Comunicação e Marketing Digital).
Em um mundo em que temos a possibilidade de fazer cursos online gratuitos, ou pagos, em qualquer lugar do mundo bastando um computador e uma linha telefônica, ou nem isso, estamos trabalhando em coletivo sem perceber. As comunidades e fóruns dos cursos, das universidades, exemplos como o Cousera, estão provando a eficiência do estudo autônomo/coletivo que supre as necessidades, demandas e ritmo próprio de cada indivíduo e que ao participar de um curso com outras pessoas ele também contribui. Cada criança e jovem que chega da escola e senta na frente do seu computador e fica navegando por horas está contribuindo com informações, opiniões, lendo e acessando infinitas informações, e muitas vezes produzindo ideias, blogs, etc. Professores e alunos não são inimigos, não há pedestais para um ou outro.
Não se trata de subir o jovem em um pedestal e servi-lo como a uma realeza. Não se trata de mimá-los e deixa-los fazer o que quiserem imprudentemente. Trata-se de eliminar os pedestais e abrir um círculo, uma roda, em que se sentem jovens e educadores, lado a lado, como uma equipe, um grupo, harmoniosamente. Precisamos reaprender a trabalhar em equipe, a ter a paciência de ouvir e esperar que o outro chegue até a resposta, sem atropelamentos, sem permitir que a autoridade diga “é isso e ponto, agora fique quieto”. E o que é a internet? O que são as redes sociais? Ali estão os círculos... ali estão as rodas de conversa, de produção, de ideias, criatividade, tudo livre do “tem que”, sem padrões, sem prazos, notas, números... apenas as pessoas e a espontaneidade de conversar, propor, aprender, contribuir, compartilhar e fazer.

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