segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A improvisação do Jazz na educação online

Susan Lucille Davis


A professora Susan Lucille Davis, que ensina Inglês na Escola Preparatória Chinquapin, em Houston no Texas e contribui para o grupo do blog Vozes da Revolução de Aprendizagem (em que são apresentadas histórias de educadores que estão fazendo a mudança para o aprendizado do século 21), fala em seu artigo, “The Trouble With Views On Online Education”, sobre alguns pontos que gostaria de refletir e compartilhar conosco acerca de um artigo intitulado The Trouble With Online Education, escrito pelo professor de Inglês na Universidade de Virginia Mark Edmundson, em que ele “testa” a experiência de ensinar em um curso totalmente online.

Susan nos alerta para algumas constatações positivas feitas por Edmundson, como por exemplo, o fato de que os professores têm muito que aprender com seus alunos e que é preciso prestar atenção neles. “Em seguida, ele afirma que toda classe memorável é um pouco como uma composição de jazz. Em outras palavras, o dar e receber de improviso sobre um tema fornece uma metáfora para a maneira como uma classe pode desdobrar-se em maneiras surpreendentes e esclarecedoras”.


Um curso bem estruturado e aproveitado por seus participantes, ativo e dinâmico, tende a criar uma comunidade intelectual, criativa e alegre. E esses elementos são necessários para qualquer ambiente de aprendizagem, seja ele presencial ou à distância. No entanto, Edmundson acredita que sua experiência revelou um fato negativo: o professor desenvolve um monólogo e não um diálogo real. Susan discorda, e baseia-se em outras tantas experiências para afirmar que faculdades ruins ainda não estão sabendo como aproveitar os recursos a distância.

Inspirada no professor Clay Shirky, Susan reflete que a distância não custa dinheiro na internet, e tudo o que é transmitido ao vivo na rede pode ser armazenado, compartilhado, editado ou copiado (algumas vezes), características essas que não se aplicam ao telefone, ao rádio ou à televisão.

O curso presencial, ao vivo, face-a-face é diferente porque um segundo de distração e o momento vai embora, você não pode pausar o vídeo ou “voltar a fita”. Estar em presença de grandes mestres enquanto estão ensinando é algo incrível, mas nem todos podem ter acesso (financeirom inclusive) às universidades de elite. No entanto, um MOOC, massive open course online (open source) chega até os seus alunos com um custo muito mais reduzido aplicando uma verdadeira democracia do ensino e do acesso à informação e conhecimento.

A aprendizagem on-line pode ser armazenada, pesquisada, e encaminhada a partir de inúmeras ferramentas úteis para anotar e compartilhar, permitindo que a “improvisação de jazz” na aprendizagem (e de colaboração potencial com qualquer número de co-aprendentes) continue indefinidamente. Os alunos podem tirar suas dúvidas fora do horário de aula, por email, redes sociais, Skype, Messengers, e tantos outros meios. Podem inclusive conhecer pessoas de todo o mundo, aprender com elas e criar com elas.

Susan reconhece que aulas presenciais com professores brilhantes são experiências únicas e ricas, no entanto, “da mesma forma devemos reconhecer que a educação on-line tem o poder de fazer coisas que cursos face-a-face não podem.

Se as instituições de ensino superior fazem pouco mais do que gravar as aulas de professores universitários para compartilhar on-line, isto é apenas o arquivamento de suas melhores performances ao vivo como tantos outros posts no YouTube, e não criam comunidades ricas de aprendizagem que a internet pode e deve incentivar. (E, francamente, prefiro assistir a uma palestra do TED ... ou ler um livro.)”.

Apenas reproduzir aulas em vídeos não fomenta a discussão e a improvisação que precisa acontecer dentro de fóruns e comunidades onde as ideias serão lançadas, refletidas e (tomara!) realizadas! Mudar a tecnologia utilizada para a aula não é o ponto central. A mudança maior que precisa acontecer é entender que a internet permite a criação e o incentivo de comunidades ativas onde professores e alunos, de qualquer parte do mundo, podem desenvolver a arte da conversação, podem estabelecer contato, vida e criação!








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