
Hélio Oiticica
“Liberar a pintura dos seus antigos liames”...Antiarte...Antipintura...
“A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é feita minha obra permaneça tal como é; o que a transforma em expressão é nada mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais".
Essas foram palavras de um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros, Hélio Oiticica (1937-1980). Também foi engenheiro, professor de matemática, entomólogo, foi conhecido por teorizar sobre a antiarte e a antipintura, e realizar obras inovadoras e experimentais dentro da arte contemporânea brasileira e internacional.

Hélio Oiticica
Sua primeira exposição foi no Museu de Arte Moderna (MAM). Entre 1955 e 1957 desenvolveu uma pesquisa sobre pinturas geométricas sob guache e cartão, resultando em uma exposição que recebeu o nome de “Secos”, que integrou a Exposição Nacional de Arte Concreta, no Rio de Janeiro.
Hélio participou na Noite de Arte Concreta, evento polêmico que lançou o concretismo e confrontou a arte tradicional e seus seguidores. Foi um dos fundadores do Grupo Neoconcreto (1959), em que desenvolveu experiências ligadas ao concreto e ao neoconcreto, ao lado de Amilcar de Castro, Lygia Pape, Lygia Clark e Franz Weissmann. Também participou da V Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e em 1960 trabalhou como auxiliar técnico no Museu Nacional, junto com seu pai José Oiticica, entomólogo e fotógrafo de renome.
Ainda na década de 1960 Hélio passou a desenvolver uma proposta de contemplação e apreciação estática das obras, um trabalho sensorial que envolvia os cinco sentidos e que continuou até o final de sua vida. Esses trabalhos foram conhecidos como Penetráveis e Bólides.

Penetráveis

Penetráveis

Penetráveis

Penetráveis

Bólides
Em 1964 passou a frequentar a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, tornando-se passista e integrando-se na comunidade do morro. Essa aproximação com a cultura popular deu origem a um dos seus mais famosos trabalhos: "Parangolés, obras polêmicas definidas pelo artista como "antiarte”... “é a incorporação do corpo na obra e da obra no corpo”, disse Helio.

Parangolés

Parangolés - Caetano Veloso

Parangolés
Os trabalhos foram expostos no MAM, do Rio de Janeiro em 1965, no entanto os passistas da Mangueira que vestiam os parangolés foram proibidos de desfilar devido à natureza do projeto que preconizava imagens de revolta e possessão. Apesar da proibição Oiticica desfilou as obras no jardim do Museu. A partir desse ano o artista lançou-se internacionalmente e realizou a exposição “Soundings Two”, em Londres, ao lado de obras de Duchamp, Klee, Kandinsky, Mondrian, Léger, entre outras em Nova York e Pamplona, a partir dos fins dos de 60 e início dos anos 70.
Em 1967, Helio desenvolveu uma pesquisa intitulada supra-sensorial, em que foram criados os “bólides” da "Trilogia Sensorial", além dos penetráveis PN2 e PN3 que faziam parte da obra Tropicália, mostrada na exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM, Rio de Janeiro. Vejam as imagens abaixo.

Penetráveis - PN2 e PN3
O cantor e compositor Caetano Veloso usou em um cenário de um de seus show uma bandeira de Helio: "Seja marginal seja herói". O show foi suspenso pela Polícia Federal. É importante ressaltar que Oiticica teve grande influência na música popular brasileira desse período.
O cinema também fez parte da vida de Helio, em 1972, produziu o filme Agripina é Roma - Manhattan. Já em 1973 criou o projeto Quasi-Cinemas, inaugurado com a obra "Helena inventa Ângela Maria", material que homenageia a carreira da cantora Ângela Maria.
Em 1977 seguiram-se os penetráveis “Magic Square” e os objetos “Topological ready-made landscapes” foram expostos no Projeto Construtivo Brasileiro, MAM. E em 1979 Helio criou o seu último penetrável entitulado "Azul in azul".
Saiba mais:
Trailer do Filme de Ivan Cardoso "HO", que retrata a vida e a obra de Hélio Oiticica
Documentário (trailer) dirigido por seu sobrinho Cesar Oiticica Filho, que traz depoimentos raros do próprio artista e informações sobre suas obras.
Saiba mais em http://www.brcine.com.br/
Site do Projeto Hélio Oiticica, inaugurado em 1997.
O museu é mesmo o mundo...

Exposição - 2010

Hélio Oiticica

Nenhum comentário:
Postar um comentário
O InovarEduca agradece a sua visita, participe sempre! :)