quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Só não vai quem já morreu!


“E o Mundo não se acabou...” Carmem Miranda

E já que o mundo realmente não se acabou vamos retomar a vida e continuar com nossos planos. E para planejar é preciso sonhar, é preciso exercitar a imaginação, é preciso brincar. Quem aqui já não aprendeu a mexer em uma ferramenta nova apenas “fuçando” ou brincando com ela? A leveza e o aparente descompromisso da brincadeira nos permite uma liberdade para recarregar energias, elevar a mente, deixar os pensamentos fluírem livremente e permitir-se viver experiências.
Carnaval em Olinda
Carnaval em Olinda

O carnaval, como o conhecemos atualmente, teve sua origem nas festas europeias chamadas Entrudos, que quer dizer liberdade... No início essas festas aconteciam somente dentro de casa, no entanto com o tempo elas ganharam as ruas, o que reforça ainda mais a ideia da liberdade. Nessas comemorações todos podiam brincar com todos, desconhecidos, escravos, senhores e senhoras... Talvez o despir-se tenha a ver com isso, estar desconstruído para depois construir-se novamente sob outra ótica. Afinal, às vezes é preciso parar o curso da viagem para entender melhor de onde estamos vindo e que caminho estamos fazendo. Por quem estamos fazendo? E para quê?
Entrudo
Entrudo

"Criatividade é inventar, experimentar, crescer, correr riscos, quebrar regras, cometer erros, e se divertir." Mary Lou Cook
Incorporamos ao nosso carnaval as serpentinas, máscaras, músicas e fantasias francesas, além dos confetes italianos. Uma grande brincadeira para permitir... É permitido ser outra pessoa, é permitido usar uma máscara, é permitido conversar com todo mundo, pegar na mão de quem não se conhece, como diria Carmen Miranda na marchinha “E o Mundo não se acabou...”.
Com o tempo as marchinhas brasileiras começaram a surgir revelando o bom humor e a criatividade típicos nacionais. Foi nessa época que a compositora brasileira Chiquinha Gonzaga, autora da primeira marcha carnavalesca ("Ô Abre Alas", 1899), começa a conferir um ar mais nacional às canções populares de carnaval.
Vamos acompanhando a história da estrutura do carnaval: primeiro era dentro de casa, depois a festa ganha as ruas, depois transforma-se em cordões e posteriormente em blocos... e depois em multidão! Getúlio Vargas sugere a criação de uma União das Escolas de Samba, uma organização compartilhada de informações e ações práticas em benefício da continuidade dessa festa popular que corria o risco de terminar devido à reurbanização de algumas cidades. União...
Dodo e Osmar criaram o Trio Elétrico em 1950
Dodo e Osmar criaram o Trio Elétrico em 1950

As ideias são assim também, livres... E devem terminar em união e compartilhamento, multidão, um só coro de vozes e baterias. E o trio elétrico, surgido na década de 1950 em Salvado (Bahia), vai seguindo na frente, vai contagiando um murmurinho infindável de foliões prontos a despir-se de quem são para vestir novas fantasias, para ferver... É da ai que vem a palavra frevo, você sabia? Esse calor veio lá de Pernambuco.
"Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu"... ("Atrás do trio elétrico", do álbum Caetano Veloso)
Frevo
Frevo

Esse grande caldo de cultura, de manifestação se assemelha muito ao movimento humano (preste bem atenção, eu disse humano) na web, um murmurinho de vozes, trios elétricos chamando para discussões acaloradas, para brincar, para fuçar, para aprender, para compartilhar, para se permitir... Só não vai quem já morreu. “A internet não tolera indolentes” (Daisy Grisolia).

“Quem parte leva saudades de alguém que fica chorando de dor
Por isso eu não quero lembrar quando partiu meu grande amor
Ai, ai, ai ai, ai ai ai,está chegando a hora
O dia já vem raiando, meu bem, eu tenho que ir embora”...


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