Você desliza os dedos, seus olhos percorrem as lombadas e títulos, e então o dedinho para porque a mente decidiu. O livro é puxado de seu lugar e essa é a alavanca que desencadeia todo o processo. Não, não se abriu uma porta secreta, mas a imaginação...
Os mesmos dedos deslizam sobre a superfície líquida de um tablet, e com um toque a história desejada é acionada, e se abre como flor preenchendo toda a tela.
Os olhos também passeiam e por vezes pousam sobre cada palavra proferida pela boca daquele que está contando uma história... Então, também podemos ser livros? Acho que sim...
Agora é sentar e permitir...
Mesmo lendo em silêncio, uma voz narradora vai contando a história, pontuando as frases, entonando a voz para um grito, uma canção, um chamado, um sussurro... Enquanto isso a mente aciona a manivela e a mente vai produzindo fotogramas mentais em cadência, e em movimento constante se animam e tornam-se filmes...
Pendurados entre o cenário mental e a realidade, os olhos devoram frases, sorriem apaixonados, correm livres por onde não existem vírgulas, tropeçam em palavras desconhecidas, saltam no grito de um personagem, repousam nas figuras e descansam para depois tremerem às piscadelas quando alguém fica nu. Olham em volta, “será que alguém viu o que eu vi”?
Não, tudo está seguro, a imagem formou-se apenas em sua mente, sua imaginação está a salvo, então pode continuar a viagem protegido pelo silêncio guardião dos pensamentos.
Lembranças se agitam e se abrem, concorrem e se misturam às imagens das histórias...
Frases e trechos são grifados, às vezes com lápis, às vezes com caneta, às vezes com a memória. Os trechos agitam-se como pequenos papeizinhos jogados em uma caixa e juntam-se para formar ideias completas, sínteses, novos conhecimentos...
No final da viagem, ao longe, está alguém, parado, sorrindo suavemente para você. Você se aproxima passo a passo, mas entende aos poucos que não será preciso ir até lá, não será preciso dizer nada... Pois tudo a sua volta é o cenário na mente daquela figura que sorri satisfeita... o autor...
As luzes se apagam e os olhos se abrem para o real. O mesmo sorriso satisfeito daquele que escreveu agora pousa nos lábios de quem se aventurou a ler...
Quer saber sobre de onde vem o livro? Assista aqui.
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Lygia Canelas - Bibliotecária e escritora
@lygiacanelas
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